Um dos mais saturados discursos dos últimos anos é sobre a influência da
internet nas demais mídias e na sociedade. Mas, qual potencial ela pode nos
oferecer além da sua função já óbvia (e até meio desgastada) de meio de
comunicação?
Não seria o momento dos artistas se apropriarem dessa nova ferramenta
para outros fins que vão além do bate-papo casual nas redes sociais, a foto do
fim de semana com os amigos, ou a notícia sobre a celebridade do momento,
dentre outros? Sim, e isso já vem acontecendo há algum tempo, porém ainda sem a
representatividade necessária. Esse movimento é caracterizado principalmente pela Web Art, cujo conceito abrange a arte computacional e seu potencial interativo no qual o usuário tem sua sensibilidade estética e muitas vezes emocional tocada, podendo muitas vezes fazer parte do trabalho através de intervenções e alterar os resultados pela forma como "navega" pelos trabalhos.
Talvez a Arte, pelo seu forte caráter “imagético” adquirido através dos
anos, se sinta sufocada diante de tantos caracteres, scripts e imagens
“Googlescas”, e não tenha ainda conseguido achar uma forma adequada de “inquietar” o internauta, seja
ele casual ou “hardcore”.
É discurso recorrente de vários estudiosos da área, que a Arte precisa refletir o
contexto histórico no qual está inserida, assim ela ganha
validade como forma de expressão. A postura hermética
adotada pela internet atualmente reflete a contemporaneidade confortável que
vivemos nos dias atuais (ou ao menos o desejo internalizado de ordem, que a
sociedade carrega consigo no mundo de hoje), porém, em contraponto existe um
paradoxal desconforto recluso diante de regras e “silêncios” pontuados por
notas seqüenciais lógicas e previsíveis.
Para uma melhor “representação” dos conceitos por trás da “desconstrução da
internet” sugerida por esse movimento pouco estudando podemos visualizar o site oficial de Michel Melamed.
Michel Melamed é poeta, ator, diretor teatral, autor teatral, performer e
apresentador de televisão. (Esse site se apresentava de forma mais
“desafiadora” porém após redesign ajustou sua ergonomia, talvez a pedido dos
visitantes, ou opção do dono do mesmo).